Olá queridos leitores, como estão? O caso de hoje na Sessão Apaixonadas no Divã traz um impasse religioso e familiar que está gerando muito conflito para nossa querida leitora B.C. Confiram seu depoimento:
Querida Jéssica, não estou conseguindo ver uma solução para o meu problema. Nunca pensei que a minha religião pudesse virar motivo de brigas no meu relacionamento e até de um possível término de namoro. Eu sou católica e meu namorado é evangélico e desde o início do nosso namoro já notei que os pais dele não aceitavam bem isso. Aos domingos, ele ia para o culto com a família dele e eu para a missa com a minha família. Foram 2 anos de namoro desse jeito. Eu cheguei a ir na igreja dele algumas vezes, mas nunca quis mudar minha religião. Sempre o convidava para ir na minha igreja e ele sempre tinha uma desculpa. Agora que estamos noivos, estamos discutindo algumas coisas do casamento e o ponto principal é que os pais dele querem que eu vire evangélica para casar na igreja deles. Mas eu não quero. Eu quero casar na igreja católica. Aí chegamos ao impasse, porque nenhum dos dois quer ceder. Já brigamos sobre este assunto e chegamos quase à decisão de acabar com o relacionamento por não vermos solução. Os pais dele estão contribuindo muito para isso, dizendo que sempre avisaram e que ele tinha que procurar alguém da igreja deles. O que eu faço? Me ajude, por favor a clarear as ideias. Será que existe algum caminho?
A intolerância religiosa, e até o fanatismo religioso, são posturas cada vez mais presentes em nossa vida. Não é difícil nos depararmos com pessoas com grandes dificuldades de aceitação do que lhes é diferente. Na maioria das vezes esta postura é mascarada, como no caso dos sogros de B.C., que só expuseram sua opinião contrária após o noivado.
Em seu relato, podemos verificar investimento e motivação por parte de B.C. para se envolver com a crença da família do noivo, respeitando e até prestigiando alguns cultos, o que não é recíproco por parte de seu noivo. Neste ponto é preciso pensar o verdadeiro motivo que leva a esta postura tão ortodoxa do noivo de B.C., uma possibilidade é o medo da reprovação dos pais e uma provável dificuldade de enfrentá-los. Outra possibilidade é que o noivo compartilhe do pensamento dos pais, e realmente ache que só deve se casar com alguém que siga sua religião.
Definir a motivação é essencial para seguir o próximo passo, pois caso a primeira alternativa seja a verdadeira, o melhor a se fazer é ter uma boa conversa e principalmente muito apoio, para refletirem juntos como lidar com a situação. Entretanto se a verdade for a segundo alternativa, o mais adequado seria repensar esta relação, pois a intolerância pode se estender para outros campos do relacionamento, e talvez não seja indicado prosseguir.
Falando um pouco sobre o impasse de “qual igreja casar”, deve prevalecer o bom senso e a empatia. Se os noivos não chegarem a um acordo, como no caso de B.C., o ideal seria buscar um campo neutro, e aí há muitas opções: benção dupla do padre e do pastor com a cerimônia sendo celebrada no salão por exemplo, ou casar apenas no civil e celebrar apenas a festa, ou ser abençoado pelos pais que adotariam o papel de intercessores, ou ir para las Vegas casar em uma capelinha com Elvis, etc.
O que deve prevalecer é a vontade de se unir, de dividir uma vida juntos, independente da origem religiosa, Deus irá abençoar a união se houver amor verdadeiro. E caso a diferença religiosa venha primeiro que o amor, algo está errado.
Espere, querida B.C., não desista ainda, procure refletir o que está levando seu noivo a tomar esta atitude, converse outra vez, tentem encontrar um campo neutro entre vocês, e se mesmo assim o impasse permanecer, talvez seja o momento de pensar em outras possibilidades e seguir em frente.
Antes de me despedir, quero aproveitar e parabenizar todos meus colegas de profissão, pois hoje (27 de agosto) é comemorado o dia nacional do Psicólogo. E como dizia Freud:
"A ciência moderna ainda não produziu um medicamento tranquilizador tão eficaz como são umas poucas boas palavras."
JÁ PASSOU POR ALGO PARECIDO? NÃO DEIXE DE CONTAR PARA GENTE ATRAVÉS DOS COMENTÁRIOS!
Um grande abraço e até a próxima!
(As informações contidas nesta publicação NÃO substituem um atendimento real em setting terapêutico adequado com um profissional psicólogo qualificado.)
***OBS: Quem quiser participar da sessão Apaixonadas no Divã, pode enviar e-mail para blognamorados@gmail.com com este título.***