Muitas vezes, sem percebermos, agimos de maneira auto-sabotadora, cometendo erros que influenciam diretamente na saúde de nosso relacionamento, e o desgaste é inevitável. Tomar consciência e mudar de atitude é a garantia de um relacionamento duradouro e feliz. Hoje trago uma lista dos 10 mais frequentes comportamentos destrutivos ao relacionamento amoroso. Mas vale ressaltar que trata-se de uma lista generalizada e que não podemos esquecer que cada caso é um caso, e que muitas vezes o que é destrutivo para maioria para alguns é inofensivo. Não há regras rígidas para se ter uma boa relação, essas são internas e cada casal deverá criar as suas. Por isso se algo vai ruim em sua relação procure analisá-la subjetivamente, e se necessário procure alternativas como a psicoterapia de casal, por exemplo.
1. Não se interessar pelas afinidades do parceiro
Um dos erros mais mascarados de um relacionamento é a falta de interesse pelas afinidades do outro, é aquela mania de não sairmos de nossa zona de conforto e insistir no conceito de “eu sou assim”. Mas temos que lembrar que a cumplicidade a dois é construída a partir de uma troca, que deve incluir as individualidades do outro. Ou seja, por mais que eu não goste de futebol, sentar ao lado de meu namorado para ver um jogo é uma maneira de demonstrar que me interesso por ele, e é uma oportunidade para descobrir que posso aprender a gostar de algo no futebol, nem que seja o prazer de ver a carinha dele irritado por seu time estar perdendo, ou participar da comemoração de um gol com um beijão de perder o fôlego. Esta atitude é muito mais saudável para o meu relacionamento do que ficar emburrada na hora do jogo por exemplo, percebem?
Vale lembrar que não precisa obrigatoriamente gostar de algo que não faz parte de suas afinidades, mas sim participar, interagir, se interessar. Perceberão que se permitir experimentar o que o outro gosta é uma verdadeira prova de amor. Relação é dedicação!
2. Isolar-se Socialmente
Já comentamos aqui em outras oportunidades as mudanças sociais que um relacionamento gera: mudamos os lugares que frequentamos, a maneira de interagir com nossos amigos se altera, damos preferência em atividades a dois do que as de grupo. Enfim, esta mudança é natural e saudável, pois o distanciamento é necessário para manutenção de um namoro. Entretanto, este é um campo perigoso, pois o limiar entre o distanciamento e o isolamento é tênue.
O que observo em muitas relações doentes é a perda total da sociabilidade, um verdadeiro cativeiro a dois, o que é extremamente prejudicial a relação. Não é saudável que deixemos de ter nossos amigos e interesses pessoais. É importante compreender que o namoro não deve ser uma prisão, mas sim um compartilhar e compreender os gostos e necessidades do outro. E ao contrário do que muitos podem pensar, fazerem atividades sozinhos pode ser muito bom para o relacionamento, e não tem nada a ver com infidelidade ou falta de amor.
3. Comportamento ioiô
A mudança de comportamento contínua pode ser um muito destrutiva para o relacionamento, descontar no outro todas as nossas frustrações e não administrar nosso humor é um grande problema. A instabilidade pode desgastar a relação dia a dia, não saber o que esperar do outro é realmente complicado. E não vale jogar a culpa na TPM! A verdade é que é fundamental aprendermos a regular nossas emoções, identificá-las e canalizadas de maneira positiva. Quando estamos amando vivenciamos uma verdadeira avalanche de sentimentos, e muitas vezes não estávamos preparados para isto. É importante reconhecermos isto e procurar alinhar nosso termômetro emocional se quisermos que nosso relacionamento seja duradouro.
4. Cobranças Incontroláveis
Quando exageramos nas expectativas, esperamos do outro uma perfeição impossível de alcançar, e nos tornamos prisioneiras do “namorado idealizado”. Passamos a apenas olhar seus defeitos, esquecendo de todas as suas qualidades. O excesso de críticas e reclamações é extremamente ruim para um relacionamento, afinal ninguém suporta ser tão “insuficiente”. Está reclamando mais do que elogiando? Talvez esteja na hora de repensar suas atitudes enquanto é tempo.
5. Discutir os problemas por mensagens
Tecnologia é maravilhoso! Não há o que se discutir quanto a isso, mas o que muitos desconhecem é que pode atrapalhar e muito um relacionamento. Quando lemos uma mensagem interpretamos a nossa maneira, e nem sempre é da maneira que o outro esperava. A angústia da espera por uma resposta, um erro de digitação, uma mensagem não enviada, assim como a falta do feedback emocional pode piorar ainda mais um desentendimento na relação.
Por isso para um relacionamento duradouro nada melhor do que o bom e velho olho no olho. Interagir na realidade é necessário para haver um envolvimento saudável, saber conversar sem depender das teclas de seu celular é o que fará a diferença.
6. Não inovar no Sexo/Carícias
Sim, o prazer é importante. Com o passar do tempo, a excitação do começo da relação vai dando lugar para o comodismo, cada vez menos procuramos surpreender o parceiro, e isto pode ser prejudicial!
Por mais que este seja um assunto pouco discutido, um estudo realizado pelo Ministério da Saúde, em 2008, revelou que 11% das pessoas que mantinham um relacionamento estável não haviam tido relações sexuais no período de um ano.
A intimidade faz estreitar a cumplicidade, e torna os desentendimentos mais leves. Engana-se quem pensa que aquelas que “escolheram esperar” não fazem parte deste tópico. Intimidade não acontece apenas com ato sexual, inovar nas carícias também é essencial. Um beijo diferente, uma massagem relaxante, um carinho nos cabelos, etc. Sabe a tal da rotina? É preciso quebrá-la de vez em quando para manter acessa a chama da paixão, necessária para qualquer relacionamento amoroso.
7. Eu em 1º lugar sempre
“Amor próprio em primeiro lugar”, “tem que me amar do jeito que me conheceu”, “se não for do meu jeito não dá certo”, são frases bem características de pessoas que assumem uma postura egoica na relação. Levar em consideração suas vontades e respeitar suas individualidades com certeza é fundamental para um relacionamento saudável. Entretanto, muitas pessoas exageram nesse ponto e passam a desconsiderar o outro, apresentam pouca flexibilidade e nenhum tipo de adaptação. Vamos pensar que um namoro é composto por duas pessoas com criações diferentes, estilos diferentes, gostos diferentes, etc. e sabe aquele papo de que “opostos se atraem”? Pura balela.
Uma relação é feita de compartilhamento, interação e construção mútua, e isso implica em saber ceder de vez em quando e até repensar certos valores. O egoísmo é silencioso, mas tão destrutivo quanto uma traição, é preciso se policiar e renovar tais posturas.
8. Uma mentirinha não dói
Mentira é algo unânime, todos assumem não aceitar, mas o que em muitos casos acontece é a tal da “mentirinha inofensiva”, que no fundo é muito ofensiva sim! Omissões, das mais bobas que possam imaginar, atrapalham e muito o senso de confiança de um casal. Pois mentiras que uma pessoa pode considerar sem importância, para a outra pode ter uma importância mais elevada, gerando problemas bem maiores do que se a pessoa que mentiu tivesse enfrentado a verdade. Temos que lembrar que é através dela que a confiança é construída, e pequenas mentiras frequentes podem gerar grandes mentiras no futuro, sob o efeito bola de neve. O que acontece é que ao descobrir a “mentirinha” o parceiro passa a desconfiar que outras mentiras existirão, mesmo não acontecendo. Resumindo: mentiras destroem a confiança, e a desconfiança destrói o relacionamento.
Apenas um adendo: não confundam ser insincero e ser mentiroso, por exemplo: não dizer a sua namorada que ela está gorda mesmo que tenha notado para não magoá-la é ser insincero, já negar a ela que ela engordou caso ela pergunte é ser mentiroso. E cada postura traz uma consequência, menos ou mais danosa.
9. Contar intimidades do casal para terceiros
Seja para se vangloriar para os amigos, seja para fofocar com as amigas, a exposição da intimidade na relação pode ser muito destrutiva ao relacionamento. Quando se está namorando, alcançamos um grau de confiança e intimidade que nos leva a revelar nossos segredos mais ocultos, discutir nossa encanações, entre outros. Mas estas confissões foram feitas para quem amamos, não para saírem na manchete do jornal. Muitas vezes a ferida causada por tal exposição é irreversível.
Nunca devemos esquecer que, numa relação, a preservação da vida a dois deve ser mantida como forma de respeito pelo companheiro. A descrição é item fundamental para uma relação saudável.
10. Não ter “D.R.”
Muitos casais acreditam que discutir a relação é prejudicial, e optam por passar por cima de todos os conflitos e dificuldades, mas isto é um erro. A famosa D.R. pode ser dolorosa de vez em quando, é verdade, mas é o que garantirá o amadurecimento do relacionamento. É preciso discutir e debater desagrados, carências, dúvidas e vontades com o parceiro. Verbalizar é importante, pois como sempre ressalto, ninguém aprendeu ainda a ler pensamentos, e muito menos tem uma bola de cristal no quarto. Mas não devemos confundir esse diálogo com uma lista interminável de queixas. É importante procurarmos conversar constantemente com nosso parceiro, podemos discutir uma determinada questão numa conversa e um outro problema pode ficar para outra conversa.
E de uma vez por todas precisamos procurar acabar com o estereótipo de que “D.R. = Briga”. Brigar não tem nada a ver com discutir a relação. Afinal se existe um ingrediente fundamental para um relacionamento saudável, com certeza, ele é o DIÁLOGO.
ALGUÉM JÁ VIVENCIOU E SUPEROU ALGUM ITEM DESTA LISTA? NÃO DEIXE DE CONTAR PARA GENTE NOS COMENTÁRIOS! VAMOS ADORAR OUVIR SEU TESTEMUNHO!
Um grande beijo a todos e até a próxima.
(As informações contidas nesta publicação NÃO substituem um atendimento real em setting terapêutico adequado com um profissional psicólogo qualificado.)
***OBS: Quem quiser participar da sessão Apaixonadas no Divã, pode enviar e-mail para blognamorados@gmail.com com este título.***